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domingo, 23 de janeiro de 2011

Cabeamento não é Commodity!

Materia Publicada no portal iMasters em 28 de fevereiro de 2005 por Maria Cecília Miquel, Coordenadora de Marketing da Panduit do Brasil.


 


Cabeamento não é Commodity!



Prezado CIO, Gerente de Informática, Gerente de IT, Gerente de Infra-estrutura, Administrador de Rede e demais envolvidos com infra-estrutura de cabeamento, por favor, aprenda: cabeamento não é commodity!
Ele pode ser uma parte não tão charmosa da rede, porém é onde a maior parte dos problemas ocorre. Pesquisas indicam que o cabeamento é responsável por de 50 a 70% dos problemas nas redes, quando mal utilizado (1). É interessante notar, no entanto, que apesar de ser o causador de tantos problemas, ele só responde por aproximadamente 5% dos investimentos totais de Informática.
Agora, uma pergunta: se o cabeamento é o alicerce de toda rede, se é onde estão concentrados mais da metade dos seus problemas e se corresponde por uma parte pequena dos investimentos em informática, por que economizar comprando produtos de qualidade duvidosa e performance limítrofe às normas?
Simplesmente não faz sentido comprar um sistema de cabeamento, que possui expectativa de vida de mais de 20 anos, que tenha qualidade duvidosa e que não atenda às demandas futuras.
Sabemos que mais de 80% dos negócios das empresas dependem da rede (2), sabemos também que cada vez mais os profissionais de TI são cobrados por estarem envolvidos proximamente com os aspectos de negócio da empresa, e assim não deveriam dedicar seu escasso tempo para problemas de cabeamento. Mas a realidade é outra, pesquisas indicam que 40% dos gerentes de IT é gasto com a solução de problemas!
Com a convergência, o papel do cabeamento torna-se ainda mais fundamental. Quando pacotes de dados trafegam aos “trancos e barrancos” por um cabeamento, às vezes isso não fica muito patente, mas quando se trafega pacotes de voz, no caso de telefonia IP, ou pacotes de vídeo, possuir largura de banda não é somente importante, é fundamental.
Até agora estamos falando dos problemas... Mas o importante é saber como evitá-los, fazendo uma compra inteligente e que traga um bom ROI para a empresa. Seguem abaixo os pontos fundamentais que devem ser observados:
  • Marca Reconhecida. Escolha uma marca reconhecida, que tenha suporte e estoque local. Isto lhe dará a segurança que se tiver algum problema, você poderá recorrer não somente ao integrador de sistemas, mas também a um fabricante que lhe dará suporte.
  • Linha de Produtos Completa. Comprando produtos de um fabricante que possua uma linha completa para cabeamento estruturado, que o atenda de “ponta-a-ponta”, você irá eliminar problemas de compatibilidade e a dor de cabeça de administrar diversos fornecedores.
  • Categoria 6. Instale cabeamento de “última geração”. Conforme comentamos, não vale a pena economizar no cabeamento. A informática evolui impressionantemente e com ela cresce a necessidade de largura de banda. Nas Américas, as instalações de cabeamento obedecem (ou deveriam obedecer) as normas estabelecidas pela EIA/TIA (Electronic Industry Alliance / Telecommunications Industry Association). Estas normas basicamente estabelecem sistemas de cabeamento em cobre classificados em duas categorias, categoria 5e, com performance mais limitada e categoria 6, de melhor performance. Nosso conselho é, não arriscar. Seu cabeamento deve ser feito para durar no mínimo 10 anos! Escolha a Categoria 6 e fique mais tranquilo com as demandas futuras por largura de banda. É certo que não é muito produtivo ter que refazer o cabeamento em um curto período de tempo, afinal estamos mexendo com infra-estrutura ...
  • Conectores Re-aproveitáveis: Preserve seu investimento! Uma pesquisa do Gartner Group indica que em média 10% da empresa muda de layout durante um ano. No dia-a-dia temos percebido uma taxa ainda maior. Com os sistemas onde o conector não é re-aproveitável, boa parte do investimento vai para a lata do lixo. Por isso na hora da compra é fundamental verificar se os conectores podem ser re-aproveitados com garantia do fabricante.
  • Sistema Modular. A utilização de um sistema de cabeamento modular traz diversas vantagens ao usuário. A primeira é a maior flexibilidade que fornece à instalação, pois permite que o patch panel contenha diversas mídias além dos conectores RJ45 de cobre. Permite a utilização em um mesmo patch panel de conectores de fibra óptica, coaxiais e super VHS, entre diversos outros, economizando espaço em rack e investimento. Permite ainda que o patch panel “cresça” de acordo com a instalação. Assim o usuário não precisa comprar um patch panel já com todas as portas, pode simplesmente colocar no patch panel os conectores que necessita e ir comprando extras conforme sua instalação vai crescendo.
  • Aval de um fabricante de ativos reconhecido. É importante que o fabricante de conectividade faça parte do programa de parcerias de um fabricante de ativos reconhecido, isto garante a interoperabilidade e avaliza a qualidade do fabricante de cabeamento. Afinal não adianta ter um switch de última geração instalado em um cabeamento “jurássico”.
  • Integrador de Sistema Habilitado e Certificado. Grande parte da performance da sua rede é relacionada à qualidade da instalação que foi realizada. Não adianta adquirir produtos de qualidade e escolher um integrador de sistemas sem habilitação. Por isso, antes de escolher-se o integrador/instalador que será responsável pela instalação e algumas vezes também pelo projeto de sua rede, é importante verificar alguns pontos:
§ O integrador/instalador é certificado pela marca que irá instalar? Isto é fundamental, pois somente assim poderá fornecer a certificação da obra caso você solicite.

§ O provedor de serviços possui CREA jurídico? Este registro indica que a empresa possui um responsável técnico e assim a empresa contratante estará amparada frente às leis caso surja algum problema.

§ Possui outras obras de porte semelhante ou maior já instaladas, inclusive possuindo atestados de capacidade técnica?

§ Possui equipamento de teste? Uma empresa que possui equipamento de teste (algumas vezes chamados também de scanner ou analisadores de cabeamento) demonstra preocupação com a qualidade das instalações que realiza. Depois de instalados todos os pontos de cabeamento devem ser testados pelo integrador/instalador, verificando-se se “passam” na categoria proposta para maior segurança do usuário.

§ Faz parte de alguma associação ou entidade que congrega integradores/instaladores como, por exemplo, BICSI ou UBIC? Isto mostra comprometimento da empresa com sua atualização técnica constante e também o interesse por uma melhoria constante do mercado.

Seguindo estas dicas possivelmente você contará com um cabeamento confiável e com perfomance para suportar suas aplicações por muito tempo, além de maximizar o seu ROI. Isto é fundamental para que tenha disponibilidade para dedicar seu tempo ao desenvolvimento da área de TI e não à solução de problemas do dia-a-dia.

(1) O instituto Real Decisions indica que 70% dos problemas das redes são devidos ao cabeamento
(2) Gartner Group


http://imasters.com.br/artigo/3018/redes/cabeamento_nao_e_commodity/