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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O venerável Conector RJ45

Material publicado na revista CNS (Cabling Network Systems) de Janeiro/Fevereiro 2011 por Paul Kish.






O conector modular 8-posição evoluiu significativamente
desde os primeiros dias da categoria 5.

Tenho estado envolvido no desenvolvimento de padrões para cabeamento a mais de 20 anos. E nesse período de tempo, nunca deixo de me surpreender com quanto progresso foi conseguido na evolução do conector modular de oito - posição.
O 8P8C (8 posição 8 contacto) conector modular é a interface de conector de saída onipresente nos serviços de telecomunicações em todo o mundo com especificações de desempenho se estendendo até 500 MHz. Isso é bastante surpreendente para um conector que foi especificado originalmente para aplicações de baixa freqüência abaixo de 3 MHz.
Quais são as especificações de desempenho para uma conexão modular plug/jack? As especificações de desempenho são mostradas na tabela 1.
 

Lembro-me dos primórdios do desenvolvimento de padrões de cabeamento, quando se descobriu que o crosstalk de uma conexão única descompensada plug/jack poderia ser tanto como o crosstalk em um comprimento de 100 metros de cabo de categoria 5.
O culpado foi o crosstalk inerente entre as lâminas de um conector modular de 8-posição, especialmente para a combinação de par de divisão entre posições 3-6 e 4-5. Isto começou e passou a bola para a indústria de conectores desenvolver técnicas diferentes para compensar (Cancelar fora) o crosstalk inerente em um plug modular. Se olharmos para o desempenho NEXT de uma conexão plug/jack em 100 MHz da tabela 1, um connector de categoria 5e atinge cerca de 10 dB de compensação de Diafonia e um conector de categoria 6 atinge cerca de 20 dB de compensação de diafonia no pior caso para toda a gama de conectores especificados.
Nem todas as técnicas de compensação são criadas iguais. Os métodos de compensação para uma tomada modular são realizados pelo roteamento criterioso de vestígios em uma placa de circuito impresso (PCB) ou pelo layout criterioso dos condutores em um design de quadro principal.
O projeto pode se tornar bastante complexa e os melhores modelos proporcionam uma perda de retorno alta (reflexões do sinal mínimo) e um rol gradual do desempenho do crosstalk em altas freqüências.


A distância entre onde a interferência ocorre (no plug) e que a compensação ocorre no PCB da tomada tem um efeito significativo sobre o desempenho em alta freqüência.
Para compensação de fase única, uma distância física de menos de 5 mm entre a fonte de interferência (no plug) e onde o sinal de interferência é compensado na placa de circuito (na tomada) pode degradar o desempenho de diafonia por 3-6 dB a 500 MHz. Finalmente, eu estou apenas tocando em alguns dos parâmetros bem conhecidos que são especificadas na norma.
Um bom design também garante que um sinal equilibrado (modo diferencial) que viaja através de um conector não se torne desequilibrado e gere sinais de modo comum sobre o mesmo par ou em outros pares que compartilham o mesmo espaço físico dentro de um conector. Este fenômeno é chamado de modo de conversão. Modo de conversão pode resultar em diafonia adicional entre canais nas proximidades e também pode afetar o desempenho de compatibilidade eletromagnética (EMC), juntamente com alguns outros fatores.
Como você pode ver o conector modular 8-posição evoluiu significativamente desde os primeiros dias da categoria 5.
Os especialistas de hardware conexão no Subcomitê de TIA TR 42,7 estão a desenvolver os métodos de ensaio para medir esses novos parâmetros de "modo de conversão" às freqüências até GHz usando chaves de teste especializadas. É o começo de uma nova era no desenvolvimento de conectores para aplicações futuras além de 10 Gb/s.


Paul Kish é director de sistemas e normas da Belden. As informações apresentadas são a visão do autor e não correspondência oficial da TIA.

 

domingo, 23 de janeiro de 2011

Cabeamento não é Commodity!

Materia Publicada no portal iMasters em 28 de fevereiro de 2005 por Maria Cecília Miquel, Coordenadora de Marketing da Panduit do Brasil.


 


Cabeamento não é Commodity!



Prezado CIO, Gerente de Informática, Gerente de IT, Gerente de Infra-estrutura, Administrador de Rede e demais envolvidos com infra-estrutura de cabeamento, por favor, aprenda: cabeamento não é commodity!
Ele pode ser uma parte não tão charmosa da rede, porém é onde a maior parte dos problemas ocorre. Pesquisas indicam que o cabeamento é responsável por de 50 a 70% dos problemas nas redes, quando mal utilizado (1). É interessante notar, no entanto, que apesar de ser o causador de tantos problemas, ele só responde por aproximadamente 5% dos investimentos totais de Informática.
Agora, uma pergunta: se o cabeamento é o alicerce de toda rede, se é onde estão concentrados mais da metade dos seus problemas e se corresponde por uma parte pequena dos investimentos em informática, por que economizar comprando produtos de qualidade duvidosa e performance limítrofe às normas?
Simplesmente não faz sentido comprar um sistema de cabeamento, que possui expectativa de vida de mais de 20 anos, que tenha qualidade duvidosa e que não atenda às demandas futuras.
Sabemos que mais de 80% dos negócios das empresas dependem da rede (2), sabemos também que cada vez mais os profissionais de TI são cobrados por estarem envolvidos proximamente com os aspectos de negócio da empresa, e assim não deveriam dedicar seu escasso tempo para problemas de cabeamento. Mas a realidade é outra, pesquisas indicam que 40% dos gerentes de IT é gasto com a solução de problemas!
Com a convergência, o papel do cabeamento torna-se ainda mais fundamental. Quando pacotes de dados trafegam aos “trancos e barrancos” por um cabeamento, às vezes isso não fica muito patente, mas quando se trafega pacotes de voz, no caso de telefonia IP, ou pacotes de vídeo, possuir largura de banda não é somente importante, é fundamental.
Até agora estamos falando dos problemas... Mas o importante é saber como evitá-los, fazendo uma compra inteligente e que traga um bom ROI para a empresa. Seguem abaixo os pontos fundamentais que devem ser observados:
  • Marca Reconhecida. Escolha uma marca reconhecida, que tenha suporte e estoque local. Isto lhe dará a segurança que se tiver algum problema, você poderá recorrer não somente ao integrador de sistemas, mas também a um fabricante que lhe dará suporte.
  • Linha de Produtos Completa. Comprando produtos de um fabricante que possua uma linha completa para cabeamento estruturado, que o atenda de “ponta-a-ponta”, você irá eliminar problemas de compatibilidade e a dor de cabeça de administrar diversos fornecedores.
  • Categoria 6. Instale cabeamento de “última geração”. Conforme comentamos, não vale a pena economizar no cabeamento. A informática evolui impressionantemente e com ela cresce a necessidade de largura de banda. Nas Américas, as instalações de cabeamento obedecem (ou deveriam obedecer) as normas estabelecidas pela EIA/TIA (Electronic Industry Alliance / Telecommunications Industry Association). Estas normas basicamente estabelecem sistemas de cabeamento em cobre classificados em duas categorias, categoria 5e, com performance mais limitada e categoria 6, de melhor performance. Nosso conselho é, não arriscar. Seu cabeamento deve ser feito para durar no mínimo 10 anos! Escolha a Categoria 6 e fique mais tranquilo com as demandas futuras por largura de banda. É certo que não é muito produtivo ter que refazer o cabeamento em um curto período de tempo, afinal estamos mexendo com infra-estrutura ...
  • Conectores Re-aproveitáveis: Preserve seu investimento! Uma pesquisa do Gartner Group indica que em média 10% da empresa muda de layout durante um ano. No dia-a-dia temos percebido uma taxa ainda maior. Com os sistemas onde o conector não é re-aproveitável, boa parte do investimento vai para a lata do lixo. Por isso na hora da compra é fundamental verificar se os conectores podem ser re-aproveitados com garantia do fabricante.
  • Sistema Modular. A utilização de um sistema de cabeamento modular traz diversas vantagens ao usuário. A primeira é a maior flexibilidade que fornece à instalação, pois permite que o patch panel contenha diversas mídias além dos conectores RJ45 de cobre. Permite a utilização em um mesmo patch panel de conectores de fibra óptica, coaxiais e super VHS, entre diversos outros, economizando espaço em rack e investimento. Permite ainda que o patch panel “cresça” de acordo com a instalação. Assim o usuário não precisa comprar um patch panel já com todas as portas, pode simplesmente colocar no patch panel os conectores que necessita e ir comprando extras conforme sua instalação vai crescendo.
  • Aval de um fabricante de ativos reconhecido. É importante que o fabricante de conectividade faça parte do programa de parcerias de um fabricante de ativos reconhecido, isto garante a interoperabilidade e avaliza a qualidade do fabricante de cabeamento. Afinal não adianta ter um switch de última geração instalado em um cabeamento “jurássico”.
  • Integrador de Sistema Habilitado e Certificado. Grande parte da performance da sua rede é relacionada à qualidade da instalação que foi realizada. Não adianta adquirir produtos de qualidade e escolher um integrador de sistemas sem habilitação. Por isso, antes de escolher-se o integrador/instalador que será responsável pela instalação e algumas vezes também pelo projeto de sua rede, é importante verificar alguns pontos:
§ O integrador/instalador é certificado pela marca que irá instalar? Isto é fundamental, pois somente assim poderá fornecer a certificação da obra caso você solicite.

§ O provedor de serviços possui CREA jurídico? Este registro indica que a empresa possui um responsável técnico e assim a empresa contratante estará amparada frente às leis caso surja algum problema.

§ Possui outras obras de porte semelhante ou maior já instaladas, inclusive possuindo atestados de capacidade técnica?

§ Possui equipamento de teste? Uma empresa que possui equipamento de teste (algumas vezes chamados também de scanner ou analisadores de cabeamento) demonstra preocupação com a qualidade das instalações que realiza. Depois de instalados todos os pontos de cabeamento devem ser testados pelo integrador/instalador, verificando-se se “passam” na categoria proposta para maior segurança do usuário.

§ Faz parte de alguma associação ou entidade que congrega integradores/instaladores como, por exemplo, BICSI ou UBIC? Isto mostra comprometimento da empresa com sua atualização técnica constante e também o interesse por uma melhoria constante do mercado.

Seguindo estas dicas possivelmente você contará com um cabeamento confiável e com perfomance para suportar suas aplicações por muito tempo, além de maximizar o seu ROI. Isto é fundamental para que tenha disponibilidade para dedicar seu tempo ao desenvolvimento da área de TI e não à solução de problemas do dia-a-dia.

(1) O instituto Real Decisions indica que 70% dos problemas das redes são devidos ao cabeamento
(2) Gartner Group


http://imasters.com.br/artigo/3018/redes/cabeamento_nao_e_commodity/

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Certificação de redes com cabos UTP

Material Retirado da revista PC & CIA Redes Locais na Prática

Editora Saber 1ª Edição Cap. 1


A importância da certificação  
Os principais fabricantes de cabos metálicos para redes de dados no Brasil oferecem 5 anos de garantia para seus produtos. Essa garantia pode subir para 10 ou 15 anos se o serviço de instalação for executado por uma empresa com profissionais certificados pelos respectivos fabricantes.
Se 15 anos de garantia parece ser muito tempo, imagine então 25 anos. É isso mesmo, dependendo da importância da obra, a empresa fabricante do cabo, em conjunto com a empresa instaladora, pode oferecer até 25 anos de garantia nos produtos (empresa fabricante) e serviços (empresa instaladora).
Mas para que essa garantia super estendida possa ser oferecida, é imprescindível que toda a estrutura do cabeamento seja testada e certificada com equipamento adequado.
Nesse caso a certificação pode garantir um período adicional de garantia da ordem de quatro vezes a garantia original. Com isso todas as partes saem ganhando. O cliente porque recebeu uma garantia bem maior, o instalador conquistou a gratidão do cliente e o respeito do fabricante dos cabos e este último ganhou a certeza de que a obra foi muito bem executada e que nenhum problema técnico foi encontrado

Testes e certificações
Até que uma estrutura de rede esteja totalmente certificada muitos testes deverão ser feitos e para tal podemos utilizar três tipos de equipamentos: Um simples testador de cabos (Lan teste), um microscanner e um certificador, mais comumente conhecido por Scanner.

Tipos de testes

Podemos dividir a bateria de testes de uma rede em dois tipos básicos, os testes passivos, que são executados sem que a rede esteja em real funcionamento, e os testes ativos, que deverão ser executados com a rede em condições reais de funcionamento, ou seja, com a rede operando normalmente mesmo.
Os testes ativos são mais comumente utilizados, quando se precisa investigar e diagnosticar o que esta havendo de errado numa rede. Felizmente tal tipo de teste não é muito freqüente, o que significa que a tecnologia de redes esta cada vez melhor, assim como nossos profissionais de instalação de cabos e redes.
Já os testes passivos são muito difundidos e utilizados. Isso é muito bom, pois estes testes que homologarão uma estrutura de cabeamento instalada.
Os testes passivos podem ser divididos em estáticos e dinâmicos. Os estáticos são realizados em laboratórios, fábricas ou institutos de pesquisas e não pode haver reprovação alguma, caso contrário o cabo em teste não atenderá às normas e com isso seu projeto técnico ou de fabricação não serão aprovados.


Já os testes dinâmicos são mais complexos, são eles:
1 – Wiremap (Mapa de Fios);
2 – Lenght (Comprimento do cabo lançado);
3 – Attenuation ou Insertion Loss (Atenuação);
4 – NEXT Loss (Near end Crosstalk);
5 – PS-NEXT Loss (Power Sum NEXT);
6 – FEXT (Far End Crosstalk);
7 – ELFEXT Loss (Equal Level Far End Crosstalk);
8 – PS-ELFEXT Loss (Power Sum Equal Level Far End Crosstalk);
9 – Return Loss (Perda de retorno);
10 – Propagation Delay (Atraso de propagação);
11 – Delay Skew ou Propagation Delay Skew ( Desvio de propagação);
12 – ACR (Atenuation to Crosstalk Ratio);
13 – PS-ACR (Power Sum Attenuation to Crosstalk Ratio);
14 – Alien Crosstalk (Linha Cruzada adjacente);
15 – Insertion Loss Deviation;
16 – DC Loop Resistance.

Estes testes também podem ser chamados de testes de campo (Field Tests) e são obrigatórios pela norma EIA/TIA 568B.1, seção 11.2.4 para os cabos Categoria 5e, e EIA/TIA 568B.2-1 para os cabos categoria 6, do número 1 ao número 11, e são complementares do número 12 ao 16.
Para que os fabricantes possam conceder suas super garantias de até 25 anos, todos os testes de campo têm que ser realizados, excetuando-se os complementares.
Todo fabricante de cabos disponibiliza os parâmetros referentes a todo os testes em seus sites. Para obtê-los basta fazer download gratuitamente.


O que testar

Agora abordaremos testes e certificações para cabos metálicos do tipo UTP, e é com este tipo de cabos que trabalharemos.
Cabos metálicos de outros tipos também devem ser certificados, assim como as redes e interligações feitas com cabos de fibras ópticas.
Normalmente têm-se duas opções principais do que testar: Link e Canal. O link, melhor chamado de Link Permanente, compreende todos os cabos que ficam nas Estruturas de Passagens, iniciando nas tomadas de Telecomunicações da Área de Trabalho e finalizando nos Painéis de Conexões (Patch Panel).
Já o Canal é o Link Permanente mais os cabos flexíveis chamados de Line Cords (cabos que ligam a tomada de telecomunicação ao microcomputador) e Patch Cords (cabos que ligam a tomada do Painel de Conexão ao equipamento ativo de interconexão da rede).

Para que Padrão de rede testar
Atualmente podemos testar e certificar cabos UTP categoria 5e ou 6 para serem empregados em redes de dados, imagens e voz.
Normalmente essa rede é do tipo Ethernet em 10Base-T, 100Base-TX, 1000Base-T ou 1000Base-TX.

Obs.: A Nomenclatura nBase-Yz indica um padrão de rede local em banda básica, portanto, sem qualquer tipo de modulação ou alteração do sinal original. O número “n” indica a taxa de transferência máxima em Megabits por segundo e o “Y” representa o tipo de mídia, como abaixo listado:


2 – Cabo coaxial fino, de 50 Ohms;
5 – Cabo coaxial grosso, de 75 Ohms;
T – Cabo de par trançado;
F – fibra óptica multímodo com conector SC;
S – Fibra óptica multímodo com conector SC;
L – Fibra óptica monomodo ou multímodo com conector SC;


Já o “Z” indica algum tipo de melhoramento ou alteração do projeto normatizado inicialmente, por exemplo, 100Base-T (100 Megabits por segundo em banda básica com cabo tipo par trançado), 100Base-TX (100 Megabits por segundo em banda básica com cabo tipo par trançado com aprimoramentos), 100Base-T4 (100 Megabits por segundo em banda básica com cabo tipo par trançado utilizando oas quatro pares) e 100Base-FX (100 Megabits por segundo em banda básica com cabo de fibra óptica).

Essas duas últimas merecem uma atenção muito especial, pois o padrão 100 Base-T pode funcionar em cabos categoria 5e e 6. Já o novo padrão 1000Base-TX só é capaz de operar com cabos categoria 6.
Ambos os padrões de Gigabit Ethernet utilizam os quatro pares de condutores. O 1000Base-TX utiliza dois pares para transmitir e os outros dois para receber, de forma dedicada, operando em modo Full Duplex contínuo. Cada par de condutores opera a 500Mbits por segundo, em 250MHz.
O padrão 1000Base-T pode funcionar bem em cabos categoria 5e, pois ele utiliza os quatro pares ora para transmitir e ora para receber, operando, desta forma, em modo Full Duplex alternado. Cada par de condutores opera a 250Mbits por segundo, em 85MHz nominais.

Testando
A operação dos equipamentos de testes está cada vez mais simples, pois os atuais modelos seguem o conceito “One touch Test – teste com um toque”. Isso quer dizer que só é necessário apertar um único botão para que todos os testes sejam executados pelo equipamento.
O Scanner pode ser ajustado via interface serial ou USB através de um software do próprio fabricante. Com isso podem ser programados quais testes serão realizados pelo equipamento.
Para se testar os novos cabos categoria 6 precisa-se de um Scanner nível III, pois somente esse equipamento suporta os novos tipos e parâmetros de testes, possui faixa dinâmica para uma correta aferição de FEXT (um dos tipos de testes que será abordado adiante) e Perda de Retorno, e ainda suporta uma largura de banda superior a 250MHz.



Wiremap (Mapa de Fios)

Esse primeiro tipo de teste a ser executado é bem simples e independe do padrão da rede ethernet adotado.
Ele consiste basicamente em verificar a continuidade de cada fio, bem como o seu posicionamento referencial no conector, indicando fundamentalmente erros de crimpagens e conectorizações.
Esse teste pode revelar:
- Conectorização correta pino-a-pino ou cruzada;
- Continuidade de cada condutor;
- Curto entre dois ou mais condutores;
- Pares cruzados;
- Pares separados;
- Par reverso.

Um testador de cabos do tipo mais simples é útil para fazer o wiremap, mas envolve mais atenção do instalador, pois o equipamento só oferece como retorno a continuidade de cada condutor e uma sinalização através de um simples LED se há um cruzamento de alguns condutores, sem, entretanto, especificar quais estão cruzados.
De acordo com a configuração de crimpagem utilizada, um cruzamento pode ser desejável, no caso de cabos Half-Cross e Cross-Over. Com isso o testador de cabos pode indicar um erro inexistente.


Obs.: Podemos ter três tipos de cabos quanto às suas conectorizações:

- Straight Through – Cabo com os condutores ligados pino-a-pino, sem inversão alguma;
- Half Cross – Cabo com cruzamento parcial, com inversão em dois pares de condutores, usado para ligar dois microcomputadores ou dois equipamentos ativos em 10Base-T ou 100Base-TX;
- Cross Over – Cabo com cruzamento total, com inversão em todos os quatro pares de condutores, usado para ligar dois microcomputadores ou dois equipamentos ativos em 10Base-T, 100Base-TX, 100Base-T4, 1000Base-T ou 1000Base-TX.


Já existem testadores de cabos no mercado que são capazes de testar cabos com terminação RJ-11, RJ-45, BNC e USB.

Esses novos modelos podem indicar também a ocorrência de curtosentre condutores, mas há aqui uma ressalva; se durante um teste aparecer a indicação de um curto, verifique se o equipamento não disparou seu sinal contra um Hub ou uma placa de rede desligados.
Assegure sempre que o equipamento de teste tenha disparado contra seu próprio terminador e nunca dispare o sinal do equipamento contra placas de rede, Hubs ou Switches ligados, pois o testador pó ser irreversivelmente avariado.
É importante mencionar que os testadores de cabo à venda no nossomercado não são capazes de testar a continuidade da malha de aterramento da blindagem de cabos do tipo ScTP (Screened Twisted Pair, termo que engloba atualmente os antigos cabos FTP, STF, SFTP e FFTP), uma vez que eles não são compatíveis com os conectores especiais de nove vias.
Alguns testes de Wiremap só podem ser conclusivos quando é empregado um Scanner. Suponhamos que seja necessário avaliar a ocorrência de pares separados, um testador simples indicará uma situação normal.
Já um Scanner, ao realizar o teste de NEXT (que será abordado adiante) sugerirá haver pares separados, pois nessas circunstâncias o valor do NEXT é extraordinariamente alto, possivelmente acima de 22dB.
Tal valor de NEXT é suficiente para causar um séria degradação na largura de banda.

- Correções
Qualquer erro apontado pelo Wiremap implica na realização de um exame minucioso nos trechos de cabos apontados com erros.
Normalmente esses erros localizam-se nos conectores, Patch Panels ou Blocos de Interconexão.
A correção é refazer a conectorização que apresentou problema.


Comprimento do cabo lançado (Length)

A medida do comprimento dos condutores costuma ser um pouco maior do que a medida co comprimento linear do cabo. Isso se deve ao espinamento ou trança dos fios.
Entre os próprios pares de condutores também é possível haver uma pequena diferença. Essa diferença deve ser inferior a 6,0mm entre o maior e o menor pares de condutores, para que não haja quaisquer tipos de problemas.
O maior comprimento tolerável é de 100,0m para o Canal. O Link Permanente deve ser de no máximo 90,0m, já incluídas as sobras de cabos.

- Correções
Um Canal com mais de 100,0m de comprimento, um Link Permanente com mais de 90,0m ou um Line Cord com mais de 5,0m devem ser verificados e corrigidos.
O excesso de curvas no traçado do cabo pode “consumir” mais comprimento linear.
Se não houver a possibilidade de refazer o lançamento de um cabo com mais de 90,0m de comprimento, corte-o o mais próximo possível do meio e instale um equipamento retransmissor. Um Hub pode ser muito útil nessa situação, para tal, quanto menos portas disponíveis, melhor será.
Um erro ,muito comum que acaba por ocasionar uma leitura equivocada do comprimento dos condutores é a declaração incorreta dos valores referentes ao NVP (Nominal Velocity of Propagation – Velocidade Nominal de Propagação). O NVP será melhor abordado adiante.

Atenuação (Attenuation ou Insertion Loss)

Atualmente o termo Atenuação, que está em uso desde 1993, foi substituído pelo termo Insertion Loss ou Perda por Inserção. Todo sinal elétrico transitando num cabo metálico perde parte de sua potência ao percorrê-lo. Isso é um fenômeno fisicamente normal, pois como sabemos a resistência de um cabo metálico aumenta com seu comprimento linear, ou seja, quanto maior for um cabo, maior será sua resistência elétrica.
Quanto maior a freqüência do sinal que trafega em um condutor elétrico, maior será também a resistência encontrada e conseqüentemente a Perda por Inserção.
Portanto, os valores de Perda por Inserção serão diferentes para as distintas categorias de cabos. Cabos com uma bitola maior oferecem menos resistência e com isso, menor será a Perda por Inserção.
Vale lembrar também que cabos com condutores flexíveis podem apresentar valores referentes a Perda de Inserção da ordem de 20 a 50% maiores do que os cabos com condutores sólidos. Por isso devemos empregar Line Cords e Patch Cords com o menor comprimento possível.
Os certificadores exibem as medidas de Perda por Inserção de forma absoluta e também comparada com os valores máximos permissíveis na norma técnica escolhida.

- Correções

Embora os valores referentes a Perda por Inserção sejam característicos do cabo empregado, tais valores podem ser ainda maiores se o manuseio e a instalação não forem bem feitas.
Um grande inimigo e por assim dizer causador do aumento dos valores de Perde pó Inserção é o próprio comprimento linear do cabo lançado. Reduzir o tamanho do cabo reduzirá também a Perda por Inserção.
Se os valores de Perda por Inserção não forem uniformes ou proporcionais nos quatro pares de condutores, verifique as crimpagens, conectorizações e observe também a marca, modelo e especificação técnica de componentes passivos como Patch Panel, tomadas de Telecomunicação e conectores.
Pode ocorrer ainda algum tipo de defeito ou imperfeição no trecho de cabo lançado. Normalmente tal fato é bem raro e quando se manifesta, o faz somente em um par de condutores; nesse caso, infelizmente o trecho de cabo terá que ser relançado.
Caso isso ocorra, guarde o trecho do cabo com problemas e entre em contato com o fabricante, provavelmente haverá um bom acordo para as partes envolvidas.
A temperatura ambiente também é inimiga da Perda por Inserção. Como sabemos, quanto maior a temperatura, será maior a dilatação do corpo metálico dos condutores e também a agitação das moléculas que compõem a liga metálica dos fios. Justamente em função da temperatura ambiente não poder ser prevista e uniformizada, as normas trazem os valores dos testes para aprovação das instalações estabelecidos à temperatura ambiente de 20°C.


NEXT Loss (Near End Crosstalk)

NEXT é a sigla para um tipo de medição que pode ser traduzido como “linha cruzada na terminação mais próxima”. Isso nos lembra alguma coisa, não é mesmo?
E é exatamente isso, o NEXT nada mais é do que uma chamada linha cruzada, relativamente comum e nossa telefonia até a década passada.
Quando um sinal percorre um condutor metálico do cabo, um campo eletromagnético surge e pode interferir nos pares de condutores mais próximos, causando alguns inconvenientes na rede instalada.
Quanto maior a freqüência, maior será também a possibilidade da ocorrência de NEXT no cabo, por isso deve-se aferir os valores de NEXT em várias freqüências. Comumente de 1 a 100MHz em cabos categoria 5e e até 250MHz em cabos categoria 6.
A medida do NEXT é obtida da diferença do par de condutores que gera a interferência para o par de condutores que recebe essa mesma interferência.
Assim, um valor baixo de NEXT indica menos Linha Cruzada, ao passo que um valor alto indica mais Linha Cruzada.
O NEXT tem que ser medido nas duas extremidades do cabo; felizmente os atuais Scanners, os de nível III, já fazem as medidas locais e remotas sem a necessidade de se transportar o equipamento para a outra terminação.
As medidas do NEXT são feitas par-a-par, ou seja, considerando um cabo UTP de 4 pares, inicialmente é medido o NEXT do Par 1 sobre o Par 2, depois sobre o Par 3 e só então sobre o Par 4. Após isso a mesma medição é realizada com o Par 2 sobre o Par 1, depois sobre o Par 3 e finalmente sobre o Par 4. E assim por diante até que todos os pares tenham sido aferidos como emissores de interferência e receptores dos outros pares.

- Correções
Um grande causador de reprovação por NEXT é um excessivo ou indevido destrançamento dos condutores nas Tomadas de Telecomunicação, Patch Panels e Conectores RJ45.
A medida de destrançamento permitida é de no máximo 13,0mm para os cabos categoria 5e e de apenas 6,0mm para os cabos categoria 6. Acia disso tem-se problemas.
Inicialmente localize a reprovação por NEXT, se local (terminação mais próxima) ou remota (terminação oposta).
Após isso verifique e se possível refaça as conectorizações e crimpagens.
Uma declaração incorreta do tipo de cabo no Scanner também pode retornar uma reprovação por NEXT. Por exemplo, ao testarmos um Link com cabo categoria 5e, não devemos esperar resultados tão bons quanto os cabos categoria6.


PS-NEXT Loss (Power Sum NEXT)
O PS-NEXT não é uma medida e sim um simples cálculo do quanto um par recebe NEXT de todos os outros juntos, simultaneamente.
A sigla pode ser traduzida como “soma da força dos NEXT” e ocorre quando todos os pares induzem sobre um único par, excetuando-se, lógico, o próprio par induzido.
Realizar o teste de PS-NEXT é muito importante, sobretudo para instalações de cabeamento que trabalharão com todos os quatro pares com sinal, como é necessário para os padrões Gigabit Ethernet.
Todos os procedimentos, aferições e correções aplicadas ao NEXT, aplicam-se também ao PS-NEXT.

FEXT (Far End Crosstalk)
O FEXT pode ser entendido como “linha cruzada na extremidade mais distante”. Isso não parece familiar?
Pois é, o FEXT é um NEXT que ocorre na outra extremidade do cabo. A única diferença é que o par de condutor induzido também está transmitindo o sinal.
A ocorrência de reprovação de cabos lançados por FEXT não é tão comum quanto por NEXT, pois como sabemos, o sinal propagado pelos condutores tende a sofrer Perda por inserção ao longo do trajeto, o que diminui a possibilidade da ocorrência de FEXT.
Os procedimentos referentes às correções aplicadas ao NEXT e PS-NEXT aplicam-se também ao FEXT.
É muito importante executar o teste de FEXT em redes que funcionarão com Gigabit Ethernet e em cabos categoria 6.


ELFEXT Loss (Equal Level Far End Crosstalk)
ELFEXT é outra medida calculada, ela nada mais é do que a diferença entre os valores de FEXT e da Perda por Inserção.
Por exemplo: consideremos um link cujo FEXT nos deu 45dB e a Perda por Inserção foi de 10dB. Assim, o valor de ELFEXT será de 45 - 10, o que resulta em 35dB.
Como podemos deduzir, o ELFEXT não sofre a mesma influência da Perda por Inserção que o FEXT sofre.
O ELFEXT também tem que ser medido nas duas extremidades do cabo. Em caso de problemas de ELFEXT, deve-se proceder da mesma forma que se procede com problemas com NEXT e FEXT.

PS-ELFEXT Loss (Power Sum Equal Level Far End Crosstalk)
Atualmente o PS-ELFEXT é calculado e não mais medido. Esse tipo de teste tem o mesmo principio do PS-NEXT, ou seja, é a soma das influências individuais de ELFEXT em cada par.
Normalmente os valores de PS-ELFEXT apresentam-se com algo em torno de 3dB a menos do que os valores de ELFEXT.
Utiliza-se os mesmos procedimentos de correção do ELFEXT.


Perda de Retorno (Return Loss)
Perda de Retorno ocorre quando o sinal encontra, ao longo da estrutura de cabeamento, uma diferença de impendância, com isso, parte do sinal retorna ao sentido original, enquanto o sinal que continua propagando corretamente tende a perder parte de sua potência original.
Normalmente o ponto mais crítico para a Perda de Retorno está nas conectorizações, crimpagens e principalmente nas interfaces com equipamentos ativos e passivos.
Por isso deve-se empregar conectores com a maior qualidade possível.


- Correções.
Para garantir bons valores de Perda de Retorno, deve-se decapar o mínimo possível do cabo e evitar ao máximo quaisquer destrançamentos desnecessários.


Atraso de Propagação (Propagation Delay)
O Atraso de Propagação é o tempo, medido em nanossegundos, que o sinal leva para, a partir de sua origem, atingir a outra estremidade do cabo.
Este tipo de teste é a principal razão para que se limite o comprimento linear dos cabos tipo UTP em 100,0m, acima desse valor pode-se perder o controle das comunicações de uma rede com o aumento do Atraso de Propagação.

- Coreções.
Se um cabo for reprovado no teste de Atraso de Propagação, nem perca tempo, reveja o comprimento do cabo afetado e trate de diminuí-lo. Isso provavelmente resolverá o problema.

Desvio de Propagação (Delay Skew ou Propagation Delay Skew)

Desvio de Propagação é a diferença, expressa em nanossegundos, entre o par de condutores que apresenta o maior Atraso de Proagação e o par que apresenta menor Atraso de Propagação. Este teste pode representar um problema crítico em redes Gigabit Ethernet que usam todos os quatro pares.
Observe que nesse tipo de rede, o Sinal parte simultaneamente de dois (1000Base-TX) ou de quatro (1000Base-T) pares e pode chegar ao seu destino com um desvio suficientemente significativo a ponto do sistema de rede não ser capaz de recompor os quadros originalmente transmitidos.

- Correções.
Diminuir um cabo com problemas de desvio de propagação pode ajudar a corrigir o problema, entretanto, um manuseio incorreto durante a instalação pode pôr todo o bom funcionamento da rede a perder.
Isso é crítico em gigabit ethernet.
Pode ser necessário relançar o cabo, fazendo o mínimo de curvas possível.

ACR (Attenuation to Crosstalk Ratio)
ACR – Pode ser entendido como a diferença entre o valor de next e o de atenuação ( Perda de inserção).
Quanto maior for esse valor obtido, melhor será a capacidade de transmitir sinal de um par testado.

- Correções.
Como o ACR é derivado do NEXT e da perda por inserção, qualquer ação que melhore essas performances, melhorará também a performance do ACR.
Na prática, pode se adotar os mesmos procedimentos de correção do NEXT.

PS-ACR ( Power Sum Attenuation to Crosstalk Ratio )
O PS-ACR é outro tipo de teste cujos valores são obtidos por cálculo e não por medições.
Ele deve ser entendido como a soma das influências individuais de ACR nos pares dos cabos.
Quanto maior os valores de PS-ACR obtidos, melhor estará a propagação do sinal.
Para se corrigir problemas de PS-ACR, pode se empregar os mesmos procedimentos descritos para ACR.

Linha Cruzada Adjacente (Alien Crosstalk)
A linha cruzada adjacente é a influência do sinal de um par de condutores sobre um outro par de condutores, só que de um cabo diferente que esteja bem próximo.
É multíssimo difícil medir esses valores, pois implica em uma perfeita sincronia entre duas análises de cabos simultaneamente.
Na realidade, não há limite de aprovação ou reprovação para esse teste.
Utilizar uma estrutura de passagem com uma margem de folga pode ser útil para evitar a linha cruzada adjacente, assim como não prender firmemente um cabo sobre outros.

Desvio de Perda por Inserção ( Insertion loss Deviation )
Esse teste é empregado em cabos categoria 6 e pode ser singelamente entendido como a diferença entre os valores de perda por inserção esperados e os efetivamente medidos.
Os valores do desvio de perda por inserção são obtidos a partir da primeira medida de perda por inserção, a partir da qual se projeta os demais valores baseados na atual freqüência empregada.
Ainda não existem valores definidos para a aprovação desse teste, o que já se tem como certo é que quanto menor o valor medido, melhor será.

DC loop Resistance
É a medida da resistência ômica total de dois condutores espinados em uma das terminações do cabo.
Normalmente esse valor depende do diâmetro do condutor e tende a aumentar ao longo do comprimento do cabo.
DC Loop Resistance pode ser considerado como um teste dinâmico de impedância( que é originalmente um teste estático) do cabo.

- Correções
Se os valores obtidos forem muito altos em apenas um par de condutores, pode-se verificar as terminações em busca de eventual oxidação.
Mas se os valores de todos os pares forem muito altos, é bom investigar a causa, talvez um line Cord que apresenta alta resistência ômica esteja no circuito do teste.


Valores de performance dos principais testes propostos para cabos UTP
Os valores exibidos nas tabelas estão expressos em decibéis “dB”.


- Link  de 90,0m

- Canal de 100,0m